Atelier Mariza Doces conta como nasceram as mesas de doces

Fundado em 1963, o Atelier Mariza Doces Guia de Fornecedores CZATELIER MARIZA DOCESBolos & Doces para casamentosSão Paulo, São Paulo (Capital)Portfóliocomeçou sua história sob o comando de Mariza Sá Fortes, produzindo pequenas festas apenas para familiares e amigos. Os doces logo ganharam fama e a maneira de Mariza servi-los deu origem ao conceito de “mesa de doces de casamento” tal como conhecemos hoje. Após anos, as filhas de Dona Mariza, Marcia, Sandra e Silvia, junto com sua sobrinha, Angela, dão continuidade à tradição artesanal, à qualidade e à excelência no atendimento do atelier.

Para conhecer mais sobre história do Atelier Mariza DocesGuia de Fornecedores CZATELIER MARIZA DOCESBolos & Doces para casamentosSão Paulo, São Paulo (Capital)Portfólio e dos costumes em casamentos, batemos um papo onde elas contam sobre o incrível passado e também presente da marca, confira:

Filhas de Dona Mariza, Marcia, Sandra e Silvia Chuairi, e sua sobrinha, Angela Pereira

Onde aconteciam as festas de casamento nos anos 60 e 70? Como era a oferta de serviços?

Na época, o mercado de eventos era muito restrito, havia alguns (poucos) espaços de eventos com buffet. As festas eram realizadas primordialmente nas casas dos anfitriões. Havia alguns profissionais no mercado de casamentos, como banqueteiros, floristas e pouquíssimas doceiras, mas não havia tantos serviços derivados como hoje.

Mariza de Sá Fortes (à direita) no casamento de Vera Lúcia Hirsch de Sá Fortes, em 1959

O cálculo de docinhos por pessoa mudou?

Sim, o cálculo mudou. Inicialmente eram 2 ou 3 doces por pessoa, isso porque eles eram servidos aos convidados em bandejas ou eram colocados em pequenas peças, às vezes com dois andares, na mesa do jantar. O número cresceu, porque a demanda cresceu. As mesas de doces foram se tornando mais comuns nas festas de casamento e os convidados foram pedindo cada vez mais docinhos para apreciar.

Como nasceu o conceito de mesa de doces que conhecemos hoje?

Antes, os doces eram servidos em bandejas junto ao bolo e os convidados podiam comê-los apenas quando o jantar acabasse. O conceito de expôr uma mesa desde o início da festa foi idealizado e implantado pelo Atelier Mariza Doces, pois percebemos que a beleza das bandejas, onde os doces eram colocados, poderia colaborar na decoração do evento.

Em pleno anos 80 já fazíamos festas fora de São Paulo, e não falo apenas sobre o interior do estado: íamos para Manaus, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre. Levávamos todos os preparativos pessoalmente, e montávamos também! Acho que já fizemos festas em todos os lugares do Brasil. Dessa forma, o conceito de mesa de doces passou a se espalhar pelo país todo.

Como eram decoradas as mesas de doces?

Nas mesas de doces eram utilizadas toalhas bordadas, as bandejas eram todas produzidas em madeira e eram forradas, além de terem acabamentos como babados de tule e fitas. Usávamos também as peças das próprias clientes, em prata e sem base. Não se usava flores naturais para decorar a mesa, tudo era feito com flores de tecido.

Mesa de doces anos 70

Mesa de doces anos 80

E como surgiram as forminhas?

Há muitos anos os doces eram embalados em papéis de bala de coco e ficavam amarrados, além de montados em bandejas de madeira em vários formatos. Ou seja, os convidados não sabiam os sabores dos doces que estavam escolhendo. Esses papéis de balas de coco eram penteados e feitos em várias cores, então ficavam uma verdadeira escultura.

Ao longo do tempo, pelo capricho que Dona Mariza tinha em apresentar as coisas, ela sentiu a necessidade de não usar papel de balas de coco: começou a embalar os doces em toalhas de tule redondas ou retangulares, amarrados com lacinhos e enfeitados com florzinhas de vários modelos, como margaridas, rosas, camélias, etc. As bandejas ficavam um verdadeiro jardim.

Em um atendimento ela percebeu que ficar fazendo cada amarração e cada florzinha era muito trabalhoso. Então ela pensou: porque não fazer uma flor grande, em que o doce pudesse ir dentro? E assim nasceram as forminhas! Ou seja, uma evolução na forma de apresentar os doces.

Quais eram os docinhos que não podiam faltar em nenhum casamento?

Camafeu de nozes e os Caramelados eram os que não podiam faltar! Inclusive, produzimos esses docinhos até hoje.

Casamento de Vivian Elito em 1987

Mesa de doces anos 90

E em relação ao bolo de casamento, quais eram os sabores e formatos mais pedidos?

Bolo de pão de ló com doce de leite era um dos sabores mais pedidos, além do clássico nozes com baba de moça. Uma cobertura que também era bastante popular era a de maria mole com coco ralado bem fininho!

A maioria dos bolos eram redondos, baixos, de diâmetro grande, às vezes com andares, mas em uma proporção bem diferente da que conhecemos hoje. Eles ficavam bem mais “achatados”. Hoje, os bolos de casamento estão muito mais bonitos e harmoniosos.

Como os convidados sabiam quando poderiam se dirigir para a mesa de bolo? Havia alguma celebração para cortá-lo, como algum tipo de brinde?

O corte do bolo, que acontecia ao término do jantar, era uma espécie de anúncio de que a mesa de doces estava disponível para os convidados. Sempre existiu um ritual para este momento, com os pais da noiva e com um brinde junto aos convidados, assim como ainda ocorre em muitos casamentos hoje em dia.

Casamento de Vivian Elito em 1987

E o bem-casado, a receita mudou desde aquela época? Ele já era embrulhado como hoje?

Nossa receita de bem-casado passou por uma atualização de ingredientes, mas o preparo sempre aconteceu, e ainda acontece, de forma artesanal. Nossa inovação neste clássico é oferecer alguns sabores diferenciados para os recheios, para quem quiser fugir um pouco do tradicional.

Antes, esses doces, que muitas vezes eram usados como lembrancinhas, eram muito mais enfeitados. As embalagens eram mais elaboradas do que as de hoje, com decorações de flores, tule, etc.

E hoje, o que a Mariza Doces oferece ? E quais são os sabores de doces mais pedidos atualmente ?

Temos cerca de 100 doces disponíveis e estamos sempre prestando atenção no nosso cliente, percebendo o que ele quer, dependendo do tipo de comemoração. Vamos caminhando juntos, mantendo o olhar de capricho e de apresentação com uma atualização de paladares e formas.

Hoje em dia, as pessoas ainda amam o camafeu, mas o sabor de doce de leite não pode faltar em nenhuma festa, porque todas as faixas etárias procuram.

Como vocês fazem para manter vivo o legado de D. Mariza?

Nossa empresa é uma empresa familiar, que está há muitos anos no mercado. Nós, como filhas e sobrinha da D. Mariza, sempre trabalhamos juntas de forma artesanal. O capricho e a forma especial de apresentar os doces e as mesas está no nosso DNA. Tudo na Mariza Doces, desde bolos, bem casados, laços de fita, forminha e travessas são criados e desenvolvidos por nós. Então manter esse olhar de atenção e uma variedade de doces nos faz ficar confortáveis, porque o cliente tem muita facilidade no que escolher. Não é difícil manter esse legado, uma vez que ele está no nosso hábito. Fica fácil quando você gosta do que faz.