Minha mãe e eu fomos a um casamento ontem. Como de costume, já pronta, fiquei no banheiro dela, conversando, enquanto ela acabava de se arrumar. Sempre gostei de observá-la nesses momentos… admiro sua auto-suficiência na hora de se produzir. Desde que me entendo por gente, nunca a vi indo ao cabeleireiro ou sendo maquiada por um profissional ou pedindo opinião para uma amiga sobre roupa quando tem um evento. Simplesmente pelo fato de que, na sua visão, ninguém a conhece melhor que ela mesma. E ela tem razão. .
Desde cedo, aprendi isso com ela. Por influência do seu ‘lema’, comecei a me maquiar aos 14 anos. Pegava as páginas das revistas, colava no espelho e tentava copiar. Hoje, não sou expert no assunto, não conheço todas as técnicas, nem todos os produtos do mercado, mas posso dizer que conheço cada milímetro do meu rosto e sei exatamente os pontos que devem ser levantados, escurecidos, alongados e etc. para se chegar ao efeito que me agrada e que eu acho que me favorece. Por isso, quando faço maquiagem fora, depois dou os meus retoques em casa. Não tem jeito, os maquiadores não conhecem meu rosto há 25 anos… Daí, quando a Gloria Kalil falou no Encontrinho sobre a importância de se conhecer, de entender suas proporções, de se observar na frente do “es-pe-lho”, fiquei super feliz de ela estar dizendo isso, porque ela tem voz! Recebo tantos emails com perguntas do tipo ‘tenho 1,65, busto grande, X kg, você tem dicas sobre o que devo vestir?’. Dificílimo de se responder! Como a Gloria falou, não existe apenas as proporções “alta x baixa/gorda x magra” – há um milhão de armadilhas no meio do caminho!..
Tenho 1,70m, sou relativamente magra, mas tenho limitações na hora de me vestir (as quais não vou citar, porque, como disse a sábia Cindy Crawford, ‘não aponte os seus defeitos’). E o processo de descobri-las e aprender como lidar com elas (que é o mais complicado) exige tempo. Entendo que algumas pessoas tenham dúvidas sobre o que é melhor para seu corpo, mas se já é difícil de se conhecer, imaginem como é difícil dar ‘dicas’ para alguém que não conhecemos pessoalmente! Descrições são muito vagas e até mesmo fotos são insuficientes, já que é preciso de tempo para se perceber as minúcias. Posso dar conselhos como ‘decote v favorece quem tem busto grande’ (aliás, estou preparando um guia com essas dicas que chamo de “genéricas”), mas cabe a cada uma observar o que serve para si ou não. E, assim, volto à minha mãe, que me fez pensar nessas coisas enquanto se arrumava… na frente do espelho. Wanda: não é model, mas é minha maior muse!rs….