O Japão é um dos países que causa mais fascínio entre os casais que buscam uma viagem de lua de mel ou uma viagem a dois. Da grande megalópole até as ilhas quase desertas, a Terra do Sol Nascente é inspiradora com sua capacidade de preservar tradições enquanto avança tecnologicamente. Além disso, excelência é uma palavra de ordem ali. Nas mãos dos shokunin – os artesãos da cozinha –, mesmo as gastronomias mais tradicionais do mundo se reinventam. Não é à toa que a capital japonesa é uma das mecas da gastronomia mundial. O omotenashi, a arte de antever as necessidades do outro, faz do Japão um país de ponta no campo dos serviços e muda nossa perspectiva sobre o que é um bom atendimento. O país que tem em Tóquio e Kyoto símbolos da sua cultura agora também se mostra empolgante em lugares como Nikko, Kanazawa e Naoshima. Nossa especialista em lua de mel, Teresa Perez Tours, traz o Japão com um roteiro diferente para lua de mel. Confira:

Nikko

Para além das urbanidades, o Japão também é um país de natureza especial. As quatro estações são bem definidas e isso tem forte influência não só na paisagem mas também, na cultura local. Nikko, na província de Tochigi, é um bom exemplo disso. Localizada a cerca de duas horas de Tóquio, a cidade é rica em história e natureza e é ideal para casais que gostam de caminhadas e trilhas, sem perder de vista o valor cultural da viagem.

A Ponte Shinkyo é um bom ponto de partida para explorar Nikko. Com 28 metros de comprimento, ela cruza o Rio Daiya e é a porta de entrada para o Futarasan e para os outros templos e santuários que ficam nas encostas das montanhas que formam o Parque Nacional de Nikko e são tombados como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Escadarias de pedra deixam para trás a ponte e o barulho dos carros da movimentada estrada. O ambiente sonoro passa a ser dominado pelo vento batendo levemente nas coníferas, pelas águas circulando nas canaletas e pelo canto dos pássaros que se aninham na região entre março e agosto, quando as temperaturas estão mais altas. O Rinnoji, o mais importante templo budista da cidade, está a poucos minutos de caminhada entre as árvores e antigas construções.

Bela em qualquer época do ano, Nikko fica estonteante no outono. Ao longo do mês de outubro, as folhas das árvores decíduas começam a caducar. Antes de cair, elas preparam um espetáculo de cores entre o amarelo e o vermelho, uma paisagem que parece ter saído de uma pintura. Em Nikko, o Platô de Akechidaira é um dos lugares mais belos para ver o koyo – a folhagem de outono. O local é acessível por teleférico e a própria viagem montanha acima já é de uma beleza incrível.

O principal ponto de observação proporciona uma bela vista da região de Oku-nikko, com as montanhas, o Lago Chuzenji e a Cachoeira Kegon. A área no entorno do Chuzenji é uma conhecida estância de águas termais. O lago em si também é um convite para atividades ao ar livre. De bicicleta chega-se até Hangetsuyama, onde há um deque de observação ideal para fazer belos cliques. Vale, ainda, passear pelo lago de stand up paddle ou packraft ou fazer um exclusivo passeio privado pelo lago ao pôr do sol num pequeno barco.

Onde ficar:
The Ritz-Carlton

Isolado às margens do Lago Chuzenji e com vista para o Monte Nantai, o The Ritz-Carlton, Nikko exala tranquilidade. Em todo o hotel, os elementos lembram o minimalismo do Japão: as acomodações contam com as tradicionais engawas – ou varandas – e a experiência de bem-estar se destaca com um onsen privado.

E para relaxar, é possível relaxar nos banhos de águas naturalmente quentes ou com os tratamentos que envolvem sais e borra de saquê produzido com o arroz de alta qualidade da região.

Kanazawa

De volta a Honshu, a ilha principal do arquipélago japonês, Kanazawa é uma das mais charmosas cidades históricas do país. Localizada na costa do Mar do Japão, a capital da província de Ishikawa era uma antiga cidade militar. Durante o período feudal (1603-1868), a vida no local girava em torno do Castelo de Kanazawa, uma elegante fortificação inicialmente construída no final do século 16. O fogo destruiu boa parte da construção em meados do século 19 e, desde os anos 1970, o castelo vem sendo reconstruído.

A fortificação, repleta de história, é aberta ao público. Aliás, Kanazawa é um dos principais locais do país para conhecer a história dos guerreiros samurais. Nagamachi é um antigo bairro ocupado por esses militares. A atmosfera da época é como uma viagem no tempo e a visita às casas transformadas em museus mostra que os guerreiros feudais japoneses eram não apenas muito bem treinados para a guerra mas também gente de gostos sofisticados.

Vizinho ao castelo fica o Kenrokuen, considerado um dos três mais belos jardins do Japão. Datado do século 17, o espaço tem o seu nome derivado das “Seis Grandezas” que se esperam de um jardim, de acordo com os antigos chineses: espaço, privacidade, antiguidade, artificialidade, abundância de água e vistas devassadas. O local é um charme, em especial no final do inverno e na primavera, quando as ameixeiras e, em seguida, as cerejeiras florescem.

Onde ficar:
Hyatt Centric Kanazawa

Ponto de partida ideal para explorar Kanazawa, o hotel está localizado ao lado da estação central de trem e tem fácil acesso ao jardim Kenroku-en, conhecido como um dos três jardins paisagísticos mais bonitos do Japão. As acomodações aproveitam a iluminação natural e são decoradas com elementos que fazem alusão à cultura da cidade histórica. Destaque para o RoofTerrace, bar panorâmico instalado no 14º andar que parece flutuar acima da cidade.

Naoshima

Uma embarcação prateada cruza tranquilamente as águas verde-esmeralda. É o Guntû (lê-se “gansô”), uma espécie de embaixada flutuante da cultura do Mar Interior de Seto, o Mediterrâneo Japonês, localizado entre as ilhas de Honshu e Shikoku. Com projeto assinado pelo arquiteto Yasushi Horibe, o barco de apenas 19 cabines tem mais tripulantes que passageiros. Tudo isso para oferecer uma experiência única de hospedagem em movimento que é uma verdadeira imersão na cultura japonesa, da gastronomia ao omotenashi.

Na rota do Guntû está um dos projetos de revitalização mais bem sucedidos do Japão: Naoshima. Devastada pela indústria pesada até os anos 1970, a ilha ganhou nova vida por meio da arte. Com obras de alguns dos principais expoentes da arte contemporânea mundial e construções de Tadao Ando mescladas à paisagem local, Naoshima atraiu milhões de visitantes ao longo dos anos e se firmou como destino indispensável para amantes de arte de todo o planeta.

Quase cinco décadas depois, Naoshima emerge da pandemia com dois novos espaços, algo que não ocorria desde 2010. Um deles é dedicado ao arquiteto e fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto, um dos nomes presentes desde o início no projeto. Pode-se dizer que Time Corridor é a sua “casa própria” na ilha e guarda semelhanças com o Enoura Observatory, espaço em que revela suas ideias sobre tempo e memória num penhasco banhado pelo mar na província de Kanagawa, vizinha de Tóquio.

Em Naoshima, Sugimoto transporta uma sala de chá para um pequeno lago e reveste suas paredes com vidro. O visitante pode observá-la sentado na galeria ao lado – projetada por Tadao Ando, que abriga fotografias do colega arquiteto e uma casa de chá. Yayoi Kusama é o destaque do segundo novo espaço, a Valley Gallery. Ali, a curadoria resgata a obra Narcissus Garden, de 1966, que projetou a artista no mercado internacional. 

Onde ficar:
The Benesse House

Projetada por Tadao Ando, a propriedade se baseia no conceito de coexistência entre a natureza, arquitetura e arte. Quatro prédios acomodam os hóspedes com conforto, e inspirações arquitetônicas norteiam o design de cada instalação. Decorado com arte contemporânea, o hotel propõe uma experiência de interação com a arte desde o design arrojado de suas fachadas até o interior moderno e clean das acomodações.

Quando ir

A melhor época para viajar para o Japão é a primavera (final de março e início de abril). Assim como o outono (mês de outubro e novembro) por conta dos atrativos e temperaturas amenas.

Protocolos de entrada

O Japão anunciou a reabertura de suas fronteiras para turistas a lazer a partir de 10 de junho de 2022, mediante condições restritas antes e durante a viagem.

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