Estilista Ricardo Almeida dá dicas para os noivos que querem se destacar no altar
No #TBT da Revista CZ de hoje, nossa matéria com Ricardo Almeida. O estilista é a maior referência em alfaiataria no Brasil, mas foi por pouco que ele não entra para o mundo da moda. Desde pequeno acompanhando seu pai em sua loja, a tradicional Casa Almeida, especializada em cama, mesa e banho, parecia óbvio que seguiria na empresa da família. Até que, na adolescência, tornou-se representante de vendas em uma confecção e foi paixão à primeira vista. “Comecei a estudar muito sobre tecidos. Em 1977, trabalhei em uma camisaria e me interessei pela produção e construção das peças, principalmente pela modelagem”, conta Ricardo, que não demorou para mostrar seu talento, montar sua primeira fábrica e consolidar sua carreira em torno de ternos e camisas sob medida. Hoje, o estilista está nos quatro cantos do País, com 25 lojas.
Desde o princípio, seu estilo mais moderno e sua modelagem slim conquistaram noivos contemporâneos que não abrem mão da qualidade. E quando o assunto é o traje do noivo, o estilista garante que os tempos são outros – se antes a noiva era quem escolhia tudo, hoje, os homens também querem estar por dentro das tendências. “A noiva ainda exerce forte influência na decisão do traje do noivo. Porém, cada vez mais o homem chega com mais informação de moda, sabendo o que quer.”
Looks para casamentos diurnos, noturnos, na cidade, na praia ou no campo
Com o crescimento dos casamentos fora da cidade e em horários diferentes, o estilista dá dicas para acertar em cada ocasião. “Para casamento diurno informal, na praia, tecidos naturais como linho e algodão, e cores claras, como off-white, branco, gelo e cinza claro. Em relação à camisa, pode ser de linho, o que deixa a produção bem leve e descontraída, perfeita para esse tipo de cerimônia. Nesse estilo de casamento, não é necessário o uso de gravata e colete, e nos pés, tênis ou mocassim são bem-vindos. Para finalizar, acho bacana flor de lapela ou lenço”, explica ele.
“Casamento diurno com certo grau de formalidade, os tons de cinza – claro ou médio – são meus preferidos. Gosto muito do uso do colete para esse tipo de ocasião, e a camisa sempre branca. Gravata é opcional, e nos pés, sapatos de cadarço. O uso da abotoadura é super bacana também e deixa o noivo muito sofisticado.” E, para casamentos à noite, o estilista sugere sempre o uso do “terno (paletó, colete e calça) em cores escuras. Indico preto ou chumbo. Camisa branca, gravata branca ou levemente perolada, sapato social de amarrar preto e flor na lapela. Todos esses detalhes são considerados ícones, são eles que caracterizam e dão destaque ao noivo.”
Aposte em cores!
Agora, se os noivos querem apostar em outras cores, além das clássicas, Ricardo Almeida garante que é possível. “O terno azul é uma escolha que vem ganhando cada vez mais adeptos. Para combinar, vale apostar no sapato marrom, sendo que o modelo vai depender do estilo pessoal de cada um e da formalidade do casamento”, explica ele, que destaca outra tendência: os tons terrosos. “A alfaiataria contemporânea apresenta uma bela cartela de tons castanhos para os noivos. Os tons mais claros de marrom são ideais para casamentos diurnos. Já o terno marsala, mais avermelhado, é uma boa sugestão para casamentos noturnos. Combinado com gravata pérola e sapato preto de verniz, ele traz um toque mais moderno e sofisticado.” Definido o estilo, é hora de decidir por um modelo pronto da coleção do estilista, ou um sob medida. Porém, mesmo quem opte por um prêt-à-porter, Ricardo aconselha: “indico pelo menos três meses de antecedência para garantir que o terno esteja impecável.”
Sob medida
Cada corpo é um corpo e merece atenção especial. “Alfaiataria é igual cubo mágico, é preciso ter uma visão tridimensional de todo o processo”, resume Ricardo Almeida. A maior vantagem do sob medida é que, a cada prova, todas as medidas são conferidas e adequadas. É aqui que começam os “testes de resistência”. O alfaiate tenta simular o maior número de movimentos que o noivo poderá fazer no casamento (abaixar, levantar, abraçar padrinhos e convidados, dançar…), tentando ao máximo trazer conforto e evitar imprevistos. Para garantir o melhor resultado, são feitas de três a quatro provas. Segundo Ricardo Almeida, “uma roupa sob medida valoriza aquilo que a pessoa tem de melhor, deixando-a mais confortável, muito mais confiante e à vontade com a própria imagem.”
Após o processo de modelagem, o corte é feito com precisão em máquinas alemãs especialmente desenvolvidas para o sob medida de Ricardo Almeida. Depois do processo industrial, a peça, ainda sem os detalhes e acabamentos, segue para o departamento mais antigo da empresa. É lá que os artesãos que trabalham com o estilista há anos finalizam, com toda a delicadeza, o terno do noivo. Além dos acabamentos, como os botões, é nesta etapa também se faz a personalização do traje, como o bordado das iniciais. Outra vantagem do sob medida é a variedade de opções. Ao todo são mais de 600 cores, os mais variados tipos de cortes, diferentes matérias-primas, tecidos e acabamentos, todas feitas uma a uma para cada noivo.
(Fotos: Leo Fagherazzi / Bruno Stuckert – Divulgação)
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