Que é difícil convidar todas as pessoas para o casamento todo mundo sabe. A dúvida é o que fazer em relação aos não-convidados. Alguns preferem simplesmente “abafar o caso”. Se não convidam alguém, preferem não comentar nada e, se possível, até evitar o encontro com tal pessoa. Segundo a etiqueta, deve-se enviar uma participação de casamento àqueles que não são tão próximos e não foram convidados. Apesar de um tanto quanto rara nos dias de hoje, a participação é defendida pela assessora de casamento, Monica Almeida:

“Hoje em dia os casamentos tem sido cada vez mais íntimos, e muitas vezes restrito aos amigos dos noivos. Portanto, nada mais natural e educado do que os noivos e familiares, impossibilitados de convidar muita gente, participar as pessoas do ocorrido. Ninguém deve se sentir obrigado a convidar ninguém para o casamento, ao passo que também não se deve esconder o fato. Por isso acho que a participação é uma forma educada e formal de comunicar para conhecidos, principalmente dos pais dos noivos, que seus filhos se casaram. E ainda, é uma ótima opção nos casos de bodas que aconteceram fora do Brasil quando uma das partes é de outro país.”

Diz a regra que a participação deve ser escrita em um cartão menor que o convite e enviada sempre após o casamento (um ou dois dias depois), nunca antes. Costuma-se também oferecer a nova residência para visita, portanto, endereço e telefone devem ser incluídos. Quando os noivos participam:

Maria e João da Silva

participam a união

celebrada no dia 6 de janeiro, de dois mil e dez

e oferecem sua nova residência

à Rua x, n. y, bairro e telefone.

Quando os pais participam, não se coloca endereço e telefone dos noivos:

Ana e Pedro Correa

Tereza e Manoel Silva

têm a honra de participar o casamento de seus filhos

Maria e João

celebrado no dia seis de janeiro de dois mil e seis.

Ok. Mas a dúvida que persiste é: apesar de ser um gesto elegante, será que as pessoas estão abertas a receber participações sem se sentirem ofendidas? Será que, na intenção de serem educados (enviando a participação), os noivos correm o risco de passar por grosseiros? Será que os valores foram invertidos???

Isso me veio à mente quando ouvi a seguinte história:

Os pais de um amigo receberam uma carta do noivo (amigo do filho deles), explicando-lhes de maneira muito simpática e carinhosa que não fora possível convidá-los… Ao contrário do que o noivo esperava, os pais do amigo sentiram-se ofendidos com a carta. Disseram que, se eles fossem realmente queridos (como o noivo havia escrito), teriam sido convidados. Está certo que esta foi uma versão informal e antecipada de participação (e a etiqueta diz que a participação deve ser enviada sempre após o casamento, para que o “participado” não entenda como um pedido de presente)… mas a intenção me pareceu boa… ele não queria uma mensagem tão formal e queria dar uma justificativa… o noivo preferiu dizer algo ao invés de simplesmente ignorar os pais do amigo. Só que o tiro saiu pela culatra… Ai, que saia justa! Se você tem um parente que viu pouquíssimas vezes na vida, não tem a obrigação de convidá-lo. Mas será que os seus pais, por consideração, não gostariam de enviar uma participação após o casamento? Será que a participação não seria mais bem aceita? Esse gesto, que sempre foi considerado educado, atencioso e até mesmo uma demonstração de carinho, perdeu o sentido nos dias de hoje?? Espero que não…